segunda-feira, 16 de abril de 2012

TEXTO 4.

Litoral. Sol, calor, aperto, cheiro de axilas sedentas por banho, água salgada, filas de mercado, picadas de pernilongos, turistas folgados, trânsito, chuvas em momentos inoportunos e por fim, amor e alegria. Eis as maravilhas das temporadas, períodos em que interioranos descem as serras a procura de lazer e putaria. Durante muito tempo todos se preparam para a chegada à encantadora e irresistível “PRAIA”.

A Praia, muitas vezes não é um lugar em especial por isso não tem uma localização exata, e isso deve-se ao fato da mistificação do litoral, que apesar de encontrar-se em cidades como Caraguatatuba, São Sebastião, Ubatuba, Ilha Bela, ou de forma mais abrangente litoral norte, por exemplo, são vistas apenas como um grande amontoado de lagos gigantes e salgados interligados também chamados de “Marzão”.

E é por isso, deve ser por isso, que há tamanha dificuldade em mencionar o nome de uma cidade quando planeja-se as férias litorâneas, por que o fascínio deve ser tamanho que a informação mar já basta por si só. Existem aqueles que falam o nome da praia, como a praia barequeçaba, que não por acaso é um bairro de São Sebastião, mas minha praia favorita de citar é sem duvidas a praia grande, trata-se do meu exemplo favorito uma vez que existe a praia grande de Ubatuba, litoral norte, e a praia grande de Santos, litoral sul. E ainda existem pessoas que falam: “Nossa, vou para a praia grande”. Tá, OK

Agora me diga querida pessoa, QUAL DELAS?

Para muitas pessoas tais descrições discorridas acima, como o nome da cidade, podem ser facilmente dispensáveis, porem considerando que 97,5 de toda a agua do planeta é salgada* e que a terra possui 6 continentes, contando o grande picolé que é a Antártica , Continente é uma grande massa de terra cercada por água** .

A localização é de extrema importância uma vez que há em nosso amado globo denominado Terra muitas praias. Com tais dados em mãos torna-se incoerente dizer: “VOU A PRAIA”, de fato esse pode ser seu destino, se você não morrer antes, mas nada o impede de ir a uma praia na Cidade do Cabo, ou partir rumo a uma praia em Auckland para vislumbrar o “Marzão”.

Quando fala-se de férias, nesse caso no litoral, a localização queridos amigos é de extremíssima importância. Se para encontrar um amigo, dessa forma ficará mais fácil de encontra-lo, se para despistar alguém mais eficiente em manda-lo na direção contraria. E se for só para falar e deixar seus coleguinhas com uma inveja enorme a ponto de torcer para que você sofra uma insolação ou pegue alguma parasitose nojenta, pelo menos saiba o nome do lugar que você esta, pois abster-se de tal informação a meu ver é entrar em um jogo perigoso.



Com a colaboração da minha prima Karol.

* (obrigada pelos dados Associação Guardiã da agua salgada)
**(definição feita pela amiga de todos os estudantes a Wikipédia).







sexta-feira, 9 de março de 2012

TEXTO 3 
Surge agora uma pressão na minha mente como se a  própria noção de liberdade estivesse presa. A libertação da mente depende essencialmente do grau de revelação que nos é dada  através dos sentidos, e é por tal motivo que a forma de seguir nossas vidas pode ser vista como duas grandes áreas, separadas por uma linha tênue denominada sanidade. Estas duas vertentes são os nossos objetivos: o primeiro grande grupo é formado por aquelas ambições que teoricamente não lhe permitiram morar embaixo de pontes, de forma simplista é isso, já o outro grupo é aquele que alimenta a sua mente para que você consiga seus objetivos  tendo em vista a expansão do seu leque intelectual, o que o ajudará a lidar com vários aspectos da convivência social : dando-nos artifícios para enxergar as coisas de forma mais aprofundada com base no contexto em que vivemos, e a forma como amadurecemos, levando-se sempre  em consideração uma visão mais crítica do mundo ao  redor. Sinto agora que é chegada a hora de expandir.
Durante todo o tempo nos é exposta a divisão entre os planejamentos e a construção da visão reflexiva. Para a síntese desses dois opostos que é ser vivo, sem que haja prejuízo quanto à essência, é necessário ser destro em demasia na arte do sentir.
As noções de liberdade encontram-se presentes na vida em sua área mais íntima e reflete no que somos. Para a construção da estrutura analítica dispomos das artes libertadoras, músicas, textos, imagens... Ou a combinação de duas ou mais dessas listadas. O raciocínio é bem simples: quanto maior o contato com as vias da libertação há consequentemente um olhar mais amplo de todo o contexto da vida, e assim uma percepção mais profunda dos mecanismos materiais que dispomos para dar continuidade a nossa existência.
Incrustada no plano que diz respeito a construção do material, ha a cobrança imposta para o ingresso no jogo. O jogo é o que faz a nossa sociedade como um todo continuar a funcionar, e desejar estar no jogo é ambicionar viver de forma estável, ter uma profissão, emprego e afins. De forma geral é semear objetivos que engrandeceram a sociedade por tabela. Os ideais profissionais podem ser encarados como uma forma de ansiar para servir apenas como uma peça. 
Uma só estrada definitivamente não deve ser colocada em questão se o intuito for manter uma saúde mental considerável. E sem dúvida esse é um critério importante para uma boa qualidade de vida.
A conciliação integral nesse momento passa a ser algo místico. Já que a vida é semeada de preocupações impostas pelo mundo para a obtenção dos meios materiais como: passar no vestibular, trabalhar e seguir determinadas normas que dizem visar o bem estar social como um todo. Isto somado a carga de ser pensante que tende a analisar o mundo que o rodeia, atormentando-se com as desigualdades sociais e se desdobrando para poder encaixar a arte em seu dia, senti-la , evoluir observando a natureza, consumir palavras. O conflito torna-se a definição das frentes nesse momento, e adequar passa a ser o objetivo.
A fusão ou separação dessas frentes em termos absolutos é meramente utópico, porém lidar com as diferenças mostra-se necessário. Existem casos nos quais a visão de essência é substituída de forma cruel por conteúdos que visam apenas manter seres humanos ocupados por um determinado espaço de tempo, criando como meta final deixá-los vulneráveis e mantê-los na base do jogo.
A estabilidade é a definição do caos, significa trabalhar opostos. Pensar sem deixar de trabalhar, fazer planos sem necessariamente demonizar a construção de ideais materiais. Enquanto não exaurir-se o perseguir, e manter-se contínuo o ambicionar de mudanças o canal da reflexão continuará aberto. E o sábio continuará a ser leigo, e o louco estará no caminho certo.
".... O fundo do mundo é de ouro, mas o mundo está de cabeça para baixo." (On The Road - Jack Kerouac).     

domingo, 12 de fevereiro de 2012

TEXTO 2.
Esse texto não tem conexão alguma com o anterior, é apenas um breve relato de observações, que por motivos desconhecidos fiz.
Já passou o natal, sim sim amiguinhos, aquela data em que tiram as fantásticas árvores de plástico de cima de guarda-roupas pelo mundo, fazem-se compras parceladas, cujas as prestações irão até o natal seguinte para presentear a família toda, e é claro come-se loucamente.
Todos mostram as felicidades do natal, ou melhor, a ceia de natal, mas agora vos pergunto, e os bastidores?
É, os bastidores que ninguém se lembra, mas todo mundo vive.
Comecemos pelo dia 24, dia no qual os responsáveis pela ceia estão no ápice do nervosismo, alguns estão embrulhando presentes, outros estão pensando em belas desculpas por não lhe dar presentes, todos estão escolhendo suas roupas, para parecerem gatinhos enquanto comem como porcos. E nesse dia memorável quando enfim chega as 23:00 já estão todos reunidos com expressões amáveis que demonstram fome eterna, e é nesse clima que surgem como ervas venenosas as piores piadas e conversas inoportunas a respeito do ano entediante que você passou  e quer fingir que não existiu.
Até que o martírio de todos findam, a ceia se inicia, todos se empanturram como se não houvesse amanhã, e vão dormir felizes e com dores no estômago por terem comido o equivalente a um mamute.
O meu natal é semelhante ao descrito, o que o difere é que existe um almoço no dia 25 na casa da minha querida avó. Pude descrever precisamente a ceia porque sempre ia na casa de alguém viver esse belo momento. O objetivo independentemente do horário é : comer alucinadamente, e se viável socializar com a família.
No resplandescente dia 25, Dona Marlene, minha avó, e meu primo (esse ano), pularam de suas confortáveis camas  para dar início aos preparativos do tão esperado almoço de natal, que foi realizado com sucesso, posteriormente aconteceu mais um dos emocionante amigos secretos, dos quais nunca participo, já que moro longe pra cacete.
E depois.... E É AII QUE GOSTARIA DE CHEGAR, quando todos estão devidamente alimentados espalhados pela casa da senhora minha avó e já não aguentam com o peso do próprio corpo, começa a mágica, aqueles que não são hóspedes da Dona Marlene dirigem-se para as suas residências dormir o resto do dia, ou pior, assistir o especial da globo.
E caso não esteja com sono e se encontre na casa da encantadora Marlene, poderá desfrutar do maravilhoso arsenal de filmes do Dênis, meu primo cozinheiro, nos quais sempre tem um oriental pulando e gritando, e espancando muitas outras pessoas.
E isso continua até o jantar, no qual comemos felizes os restos do almoço acompanhado do feijão da minha imaculada  avó. E se tivermos sorte pode até rolar um churrasco com a família toda reunida.
Comer, dormir, assistir coisas inúteis com pessoas participantes da sua árvores genealógica e comer mais uma vez.
A sedução do natal... agradecer por um lindo ano, bem... acho que não. Comer alucinadamente e ficar falando coisas totalmente inúteis, é isso se encaixa melhor. Sem dúvidas um feriado encantador, até porque é um feriado.
Ai está!!. E se você não gosta do natal por alegar que é uma festa capitalista e malvada, nem ligo, o natal é um feriado e com tal deve ser respeitado.

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

TEXTO 1.

O que antes era profundo hoje é superficial, o que era externo já não existe mais.
Ver e rever cada passo, detalhes, fazem das coisas ainda piores, pois agora ... o complexo não passa de um devaneio de uma verdade errante.
E a cada passo me vejo longe de uma verdade utópica, que é representada pelos portadores da dor, por aqueles que sustentam a todos , os esquecidos , as vítimas da invisibilidade social, que por vezes ,anos e vidas inteiras fazem o jogo continuar, sem se dar conta disso. Fazemos questão de distancia-los do nosso olhar, mas nunca afastando-os, uma vez que sua presença se faz necessária quando enfim os convencemos a almejar nossas mentiras.
Já não sei se trata-se de uma ilusão, mas acredito já ter visto a verdade, as pessoas de verdade. Aqueles que não tem uma vida e sim uma luta, possuidores de um sorriso sereno com fome de viver, vencer e sonhar.
O que nos distancia atualmente é uma visão antiquada pintada por fatores socioeconômico, como forma de justificar uma intensa manipulação das mídias, que tem por intuito a massificação dos pilares sociais, durante muito tempo foi divulgado que essas pessoas eram vítimas e acéfalas, e que tal situação não poderia ser mudada.
Agora vos digo que isso já mudou, de forma discreta e sutil, a dor e a  luta promoveu a resistência necessária para prosseguir, e os meios de comunicação mais abertos nos permite hoje uma visão mais ampla de um mesmo assunto.
Ainda que triste devo dizer que ainda há quem se enquadre no deprimente jogo errante que é o distanciamento das coisas relevantes para o bem estar social.
Nos vendemos todos os dias, consumimos todos os dias, mas isso não significa que esquecemos, alguns estão perdidos sem saber para que direção apontar o seus gritos de desespero e indignação, sem ações.
A utopia ainda reina, e reinará enquanto a houver meios para a propagação de uma ignorância voluntária que propicie um governo estagnado e confortável, enquanto for conveniente, mas algo me diz que não será vantajoso para sempre, que um dia com o raiar do sol será libertada uma voz a muito adormecida, e  com ela virá mudanças. Muitas vezes a sinto e quase posso toca-la, entre as pessoas que fazem parte do meu dia-a-dia como colegas, atendentes de super mercados e pessoas nos pontos de ônibus, os vejo como sonhadores que vislumbram nos seus mais belos sonhos a mudança.  
 Talvez  seja apenas um sonho doido, construído com  os olhos de quem vê  mudança,  um breve delírio romântico de quem quer desesperadamente ver o que julga justo acontecer, mas não é um sonho solitário, atualmente inalcançado, encoberto pelas névoas da realidade, vazio e cheio.